O Terreiro
Sobre o Omidayê
Mãe Márcia D’Oxum lidera o terreiro de Candomblé Egbè Ilè Ìyá Omidayè Aṣé Obalayó, mais usualmente chamado em suas formas abreviadas Ilê Omidayê (pronuncia-se Ilê Omidayê) ou, simplesmente, Omidayê, situado no município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Ela explica cada palavra na língua yorubá que compõe o nome do terreiro. Egbè quer dizer sociedade ou comunidade. Ilè, casa. Ìyá é a palavra yorubá para mãe ou senhora. Omidayè é a água (omi) do mundo (ayè) em que vivemos. Aṣé (pronuncia-se axé) é a força vital. Obalayó é uma palavra composta de outras duas, obá, que quer dizer rei, e layó, que nos traz alegrias. A casa, portanto, é dedicada aos Orixás Oxum, a Mãe da água do mundo, e Xangô, o Rei que nos traz alegrias.
A casa da Mãe da água do mundo promoveu encontros e muitas conversas, sediou eventos e projetos culturais, acolheu reuniões, abraçou propostas, além de transbordar suas fronteiras fluidas para muito além do terreiro ao tecer suas redes educativas.
Conheça alguns espaços:
Biblioteca da Ancestralidade
O Egbè Ilè Ìyá Omidayè Aṣé Obálayó é considerado o único Ponto de Leitura da Ancestralidade Africana no Rio de Janeiro. O espaço disponibiliza 1.200 livros sobre temas Afro-Brasileiros, o que propicia uma ambiência educativa e cultural ao projeto Matrizes Que Fazem. Desde a sua fundação em 2011, inicialmente como sede da Associação Cultural de São Gonçalo, quando recebeu a Biblioteca da Ancestralidade, acolhe e promove ações afirmativas e de resgate e preservação da cultura e fomento à cidadania.
Brinquedoteca Matrizes Que Brincam
Espaço projetado para crianças e jovens, de 5 a 12 anos, para prática e aprimoramento das dinâmicas, jogos, teatralização e com foco em atividades lúdicas que estimulam a pensar matematicamente e ajudam na prolação, mantendo o objetivo de oferecer à criança oportunidades e situações para pensar e trabalhar se divertindo.
Ilé Ibó
O ilé-ibó, ou casa da floresta, é um espaço do Omidayê destinado às árvores sagradas, plantas e ervas que integram o conjunto do ilé aṣé, elementos considerados manifestações do sagrado, investidos de papel simbólico que lhes é atribuído. Segundo o modelo de uma cosmologia tradicional, de inspiração religiosa, esse espaço é um reservatório natural, no qual é possível ter acesso aos ingredientes do reino vegetal que são indispensáveis para a viabilidade do culto.
Museu Memorial Oxum
O Memorial Museu Oxum nasce, através do projeto “Matrizes que Fazem Memórias”, para preservar a cultura dos Povos Tradicionais de Matrizes Africanas, lembrar e compreender a luta daqueles que nos ensinaram os caminhos que nos levam ao Axé, a força vital que anima e enche de significado nossos conhecimentos acerca de nossas origens, atualizadas no presente. Este espaço foi concebido com o propósito de salvaguardar acervos de acesso até então restrito e que, agora, vêm a público como um convite à aproximação e ao diálogo com a sociedade como um todo, ultrapassando as fronteiras do terreiro.